Hérnia de disco:
A
hérnia de disco é um processo contínuo de degeneração discal que provoca a
migração do núcleo pulposo além dos limites fisiológicos do ânulo fibroso.
Ela
pode ser confirmada na tomografia computadorizada (TC) ou na ressonância nuclear magnética (RNM).
“A
dor pode limitar a marcha e a mobilidade da coluna lombar, principalmente aos
movimentos de flexão. A palpação da região paravertebral é dolorosa bem como a
palpação da linha mediana sobre o plano dos espaços discais acometidos. Às
vezes a palpação do espaço discal acometido pode levar ao sinal da campainha
com irradiação da dor pelo membro. O exame neurológico é obrigatório, incluindo
sensibilidade, motricidade e alterações de reflexos visando estabelecer um
nível radicular específico.
A
radiografia simples, como exame inicial, permite apenas avaliar a presença de
alterações degenerativas como discopatia, artrose facetária, espondilolistese,
etc. Eventualmente lesões ósseas mais proeminentes podem ser diagnosticadas.
O
tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti inflamatórios e
miorrelaxantes. É importante que se consiga uma analgesia eficiente logo no
início do tratamento. Da mesma forma, os conhecimentos atuais da fisiopatologia
da hérnia discal sugerem a necessidade de um tratamento anti inflamatório
potente logo de início. Neste sentido, além de anti inflamatórios em dose
plena, o tratamento pode incluir corticosteróides em doses regressivas por
curto período.” (RADU,
Ari)
Deformidades vertebrais:
Cifose:
A
cifose designa a exagerada curvatura da região dorsal da coluna para trás,
embora o termo cifose, por vezes, seja igualmente utilizado para designar o
desaparecimento ou a inversão de uma curvatura para a frente nas regiões
cervical e sacrococcígea.
A
cifose dorsal da coluna caracteriza-se pela descrição de um grande arco que
garante um aspecto arredondado e uniforme às costas, embora também se possa
manifestar através de uma angulação brusca que provoca o aparecimento de uma
corcunda. Apesar de ser provocada, na maioria dos casos, pela adoção de
posturas incorretas, também se pode tratar de uma deformação orgânica,
provocada por uma alteração anatômica das vértebras, devido a diversos
processos, tais como fraturas, tumores, esmagamentos vertebrais favorecidos
pela osteoporose ou raquitismo, infecções (tuberculose), etc.
Existe
um tipo específico de cifose que se manifesta na adolescência, caracterizado
por uma alteração do crescimento dos corpos vertebrais, de origem ainda
desconhecida. Esta deformação costuma desenvolver-se entre os 13 e os 18 anos,
evoluindo até ao final da adolescência, nomeadamente até aos 21 ou 22 anos, e
manifesta-se através do aparecimento de uma determinada dor nas costas, pouco
intensa, que não provoca grandes alterações na mobilidade da coluna. A prática
de exercícios, devidamente acompanhada por um fisioterapeuta, por vezes
complementada com a utilização de um colar cervical, de modo a manter a coluna
na posição correta. Costuma impedir o avanço do desvio, que de maneira
espontânea no fim da adolescência. Só em casos raros de desvio muito
pronunciado é que se deve recorrer à cirurgia.
Diversas situações e doenças podem provocar exageros da cifose normal:
Diversas situações e doenças podem provocar exageros da cifose normal:
1.
Deformidades posturais;
2.
Moléstia de Scheuermann;
3.
Defeitos congênitos;
4.
Paralíticas;
5.
Mielomeningocele;
6.
Pós-traumática;
7. Inflamatória;
8. Metabólica.
Cifose senil
Os
idosos costumam apresentar uma maior curvatura da região dorsal da coluna para
trás, devido ao intenso desgaste a que as vértebras foram submetidas ao longo
dos anos, à perda de flexibilidade dos discos intervertebrais e à progressiva
debilitação da musculatura. Na maioria dos casos, como esta curvatura das
costas não é muito pronunciada, este desvio não costuma ser acompanhado pela
manifestação de quaisquer sinais ou sintomas. Embora possam surgir ligeiros
problemas. Por conseguinte, caso um idoso apresente uma curvatura dorsal muito
pronunciada e se queixe de dores intensas, este deve consultar rapidamente um
médico. Não se deve considerar que estes problemas se manifestam em virtude da
idade, já que podem constituir a indicação de algum problema ósseo que
necessite de uma intervenção rápida.
Lordose:
Nas
regiões cervical e lombar, a curvatura é chamada de lordose, adquirida a medida
em que o indivíduo assume a postura ereta.
Embora
possa ser provocada por deformações congênitas ou alterações orgânicas
adquiridas, a lordose constitui, na maioria dos casos, um problema funcional. Em
alguns casos (por exemplo), pode-se produzir uma lordose lombar para compensar
uma cifose dorsal, com vista a manter-se o equilíbrio; por isso, as lordoses
costumam afetar pessoas com abdome proeminente e as grávidas (embora neste caso,
o desvio seja corrigido de forma espontânea após o parto).
A
lordose passa a ser considerada uma deformação quando atinge um ângulo superior
a 60° na coluna cervical ou está entre 40° e 60° na coluna lombar, passando a
chamar-se hiperlordose, que pode estar associada a uma anteversão pélvica (no
caso da lombar), ou uma proeminência da cabeça (na região cervical).
Escoliose:
“Escoliose
Estrutural Idiopática é a mais freqüente das escolioses, responsável por
aproximadamente 80% de todos os casos. A escoliose estrutural é importante,
progressiva e incapacitante no futuro. Existe um fator genético associado e,
embora não se evidenciem anomalias cromossômicas, aparece com maior freqüência
em gêmeos, irmãos e familiares.
Alguns
autores já adotam o termo escoliose familiar em vez de escoliose idiopática.
Talvez seja uma doença ligada ao sexo, transmitida por um caráter dominante de
baixa penetrância, pois a doença incide nos dois sexos, embora seja mais comum
no sexo feminino.
Acredita-se
que a escoliose seja uma condição multigênica dominante com expressão
fenotípica variável. A escoliose incide em aproximadamente 4% sendo que um
terço evolui para cirurgia. O conhecimento da história natural da escoliose
idiopática é essencial para o tratamento efetivo. Considera-se normal a coluna
vertebral que, na radiografia panorâmica em AP, não apresenta nenhuma
inclinação lateral, porém alguns autores consideram que curvas que não excedem
a 10o não podem ser diagnosticadas como escoliose. Sendo assim, um grande
número de pacientes com pequenos graus de curvatura pode ser considerado normal
e não patológico.
Portanto, curvas menores que 10o podem ser diagnosticadas como escoliose postural, e aquelas secundárias à assimetria dos membros inferiores, como escoliose funcional, evitando assim o termo escoliose idiopática.” (FERREIRA, Wanda)
A escoliose secundária, pode ser provocada por problemas
musculares ou neurológicos (distraias musculares, poliomielite), qualquer fenômeno
que altere as estruturas da coluna ou a sua mecânica, tais como infecções
(tuberculose e abcessos ósseos), fraturas, tumores, entre outros. O tipo mais
comum corresponde à escoliose compensatória, que corresponde a um desvio
funcional proporcionado de modo a manter o equilíbrio do corpo, em caso de
alteração em outro segmento ósseo. Por exemplo, se uma perna for mais curta que
a outra. Caso o defeito causador não seja corrigido, a escoliose, inicialmente
reversível, torna-se orgânica, em virtude de verdadeiras deformações anatômicas
que mantêm indefinidamente o desvio.
Resumindo,
as causas da escoliose são:
A
escoliose congênita (de nascença) - decorre de um problema com a formação dos
ossos da coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o
desenvolvimento do feto ou do recém nascido.
A
escoliose neuromuscular - causada por problemas como fraqueza muscular ou do
controle precário dos músculos, ou paralisia decorrente de doenças como
paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio.
A
escoliose idiopática - não possui causa conhecida. A escoliose idiopática em
adolescentes é o tipo mais comum.
Algumas
pessoas são mais suscetíveis ao encurvamento da coluna. A maioria dos casos
ocorre em meninas. O encurvamento geralmente se agrava durante os surtos de
crescimento. A escoliose em crianças é menos comum e geralmente atinge
igualmente tanto meninas quanto meninos.
Exames requeridos pelo médico, para um diagnóstico mais preciso:
Raios X da coluna vertebral (frontais e laterais);
Exame com escoliomêtro: um dispositivo que mede a curvatura da coluna vertebral;
Ressonância magnética (caso haja quaisquer alterações neurológicas observadas no exame ou haja algo incomum no raio X).
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