segunda-feira, 30 de junho de 2014

Patologias da coluna vertebral

Hérnia de disco:

A hérnia de disco é um processo contínuo de degeneração discal que provoca a migração do núcleo pulposo além dos limites fisiológicos do ânulo fibroso.
Ela pode ser confirmada na tomografia computadorizada (TC) ou na ressonância nuclear magnética (RNM).
“A dor pode limitar a marcha e a mobilidade da coluna lombar, principalmente aos movimentos de flexão. A palpação da região paravertebral é dolorosa bem como a palpação da linha mediana sobre o plano dos espaços discais acometidos. Às vezes a palpação do espaço discal acometido pode levar ao sinal da campainha com irradiação da dor pelo membro. O exame neurológico é obrigatório, incluindo sensibilidade, motricidade e alterações de reflexos visando estabelecer um nível radicular específico.
A radiografia simples, como exame inicial, permite apenas avaliar a presença de alterações degenerativas como discopatia, artrose facetária, espondilolistese, etc. Eventualmente lesões ósseas mais proeminentes podem ser diagnosticadas.


O tratamento medicamentoso inclui analgésicos, anti inflamatórios e miorrelaxantes. É importante que se consiga uma analgesia eficiente logo no início do tratamento. Da mesma forma, os conhecimentos atuais da fisiopatologia da hérnia discal sugerem a necessidade de um tratamento anti inflamatório potente logo de início. Neste sentido, além de anti inflamatórios em dose plena, o tratamento pode incluir corticosteróides em doses regressivas por curto período.” (RADU, Ari)





Deformidades vertebrais:

Cifose:

A cifose designa a exagerada curvatura da região dorsal da coluna para trás, embora o termo cifose, por vezes, seja igualmente utilizado para designar o desaparecimento ou a inversão de uma curvatura para a frente nas regiões cervical e sacrococcígea.
A cifose dorsal da coluna caracteriza-se pela descrição de um grande arco que garante um aspecto arredondado e uniforme às costas, embora também se possa manifestar através de uma angulação brusca que provoca o aparecimento de uma corcunda. Apesar de ser provocada, na maioria dos casos, pela adoção de posturas incorretas, também se pode tratar de uma deformação orgânica, provocada por uma alteração anatômica das vértebras, devido a diversos processos, tais como fraturas, tumores, esmagamentos vertebrais favorecidos pela osteoporose ou raquitismo, infecções (tuberculose), etc.
Existe um tipo específico de cifose que se manifesta na adolescência, caracterizado por uma alteração do crescimento dos corpos vertebrais, de origem ainda desconhecida. Esta deformação costuma desenvolver-se entre os 13 e os 18 anos, evoluindo até ao final da adolescência, nomeadamente até aos 21 ou 22 anos, e manifesta-se através do aparecimento de uma determinada dor nas costas, pouco intensa, que não provoca grandes alterações na mobilidade da coluna. A prática de exercícios, devidamente acompanhada por um fisioterapeuta, por vezes complementada com a utilização de um colar cervical, de modo a manter a coluna na posição correta. Costuma impedir o avanço do desvio, que de maneira espontânea no fim da adolescência. Só em casos raros de desvio muito pronunciado é que se deve recorrer à cirurgia.
Diversas situações e doenças podem provocar exageros da cifose normal:

1. Deformidades posturais;
2. Moléstia de Scheuermann;
3. Defeitos congênitos;
4. Paralíticas;
5. Mielomeningocele;
6. Pós-traumática;
7. Inflamatória;
8. Metabólica.



Cifose senil

Os idosos costumam apresentar uma maior curvatura da região dorsal da coluna para trás, devido ao intenso desgaste a que as vértebras foram submetidas ao longo dos anos, à perda de flexibilidade dos discos intervertebrais e à progressiva debilitação da musculatura. Na maioria dos casos, como esta curvatura das costas não é muito pronunciada, este desvio não costuma ser acompanhado pela manifestação de quaisquer sinais ou sintomas. Embora possam surgir ligeiros problemas. Por conseguinte, caso um idoso apresente uma curvatura dorsal muito pronunciada e se queixe de dores intensas, este deve consultar rapidamente um médico. Não se deve considerar que estes problemas se manifestam em virtude da idade, já que podem constituir a indicação de algum problema ósseo que necessite de uma intervenção rápida.




Lordose:

Nas regiões cervical e lombar, a curvatura é chamada de lordose, adquirida a medida em que o indivíduo assume a postura ereta.

Embora possa ser provocada por deformações congênitas ou alterações orgânicas adquiridas, a lordose constitui, na maioria dos casos, um problema funcional. Em alguns casos (por exemplo), pode-se produzir uma lordose lombar para compensar uma cifose dorsal, com vista a manter-se o equilíbrio; por isso, as lordoses costumam afetar pessoas com abdome proeminente e as grávidas (embora neste caso, o desvio seja corrigido de forma espontânea após o parto).

A lordose passa a ser considerada uma deformação quando atinge um ângulo superior a 60° na coluna cervical ou está entre 40° e 60° na coluna lombar, passando a chamar-se hiperlordose, que pode estar associada a uma anteversão pélvica (no caso da lombar), ou uma proeminência da cabeça (na região cervical).






Escoliose:

“Escoliose Estrutural Idiopática é a mais freqüente das escolioses, responsável por aproximadamente 80% de todos os casos. A escoliose estrutural é importante, progressiva e incapacitante no futuro. Existe um fator genético associado e, embora não se evidenciem anomalias cromossômicas, aparece com maior freqüência em gêmeos, irmãos e familiares.
Alguns autores já adotam o termo escoliose familiar em vez de escoliose idiopática. Talvez seja uma doença ligada ao sexo, transmitida por um caráter dominante de baixa penetrância, pois a doença incide nos dois sexos, embora seja mais comum no sexo feminino.
Acredita-se que a escoliose seja uma condição multigênica dominante com expressão fenotípica variável. A escoliose incide em aproximadamente 4% sendo que um terço evolui para cirurgia. O conhecimento da história natural da escoliose idiopática é essencial para o tratamento efetivo. Considera-se normal a coluna vertebral que, na radiografia panorâmica em AP, não apresenta nenhuma inclinação lateral, porém alguns autores consideram que curvas que não excedem a 10o não podem ser diagnosticadas como escoliose. Sendo assim, um grande número de pacientes com pequenos graus de curvatura pode ser considerado normal e não patológico. 
Portanto, curvas menores que 10o podem ser diagnosticadas como escoliose postural, e aquelas secundárias à assimetria dos membros inferiores, como escoliose funcional, evitando assim o termo escoliose idiopática.” (FERREIRA, Wanda)

A escoliose secundária, pode ser provocada por problemas musculares ou neurológicos (distraias musculares, poliomielite), qualquer fenômeno que altere as estruturas da coluna ou a sua mecânica, tais como infecções (tuberculose e abcessos ósseos), fraturas, tumores, entre outros. O tipo mais comum corresponde à escoliose compensatória, que corresponde a um desvio funcional proporcionado de modo a manter o equilíbrio do corpo, em caso de alteração em outro segmento ósseo. Por exemplo, se uma perna for mais curta que a outra. Caso o defeito causador não seja corrigido, a escoliose, inicialmente reversível, torna-se orgânica, em virtude de verdadeiras deformações anatômicas que mantêm indefinidamente o desvio.


Resumindo, as causas da escoliose são:
A escoliose congênita (de nascença) - decorre de um problema com a formação dos ossos da coluna vertebral (vértebras) ou fusão de costelas durante o desenvolvimento do feto ou do recém nascido.
A escoliose neuromuscular - causada por problemas como fraqueza muscular ou do controle precário dos músculos, ou paralisia decorrente de doenças como paralisia cerebral, distrofia muscular, espinha bífida e pólio.
A escoliose idiopática - não possui causa conhecida. A escoliose idiopática em adolescentes é o tipo mais comum.
Algumas pessoas são mais suscetíveis ao encurvamento da coluna. A maioria dos casos ocorre em meninas. O encurvamento geralmente se agrava durante os surtos de crescimento. A escoliose em crianças é menos comum e geralmente atinge igualmente tanto meninas quanto meninos.


Exames requeridos pelo médico, para um diagnóstico mais preciso:
Raios X da coluna vertebral (frontais e laterais);
Exame com escoliomêtro: um dispositivo que mede a curvatura da coluna vertebral;
Ressonância magnética (caso haja quaisquer alterações neurológicas observadas no exame ou haja algo incomum no raio X).
















terça-feira, 10 de junho de 2014

Neuroanatomia ligada à coluna vertebral

Vou simplificar o assunto e dar uma grande resumida, para o assunto não ficar cansativo, tentando focar o máximo em relação à coluna vertebral.

Divisão do sistema Nervoso central e periférico:

Sistema Nervoso Central (SNC): * Encéfalo: - Cérebro
                                                                - Cerebelo
                                                                - Tronco encefálico:
                                                                                    -> Mesencéfalo
                                                                                                -> Ponte
                                                                                                ->  Bulbo
                                                              * Medula Espinal

Sistema Nervoso Periférico (SNP): * Nervos espinhais
                                                             * Nervos cranianos
                                                             * Gânglios: - Sensitivos
                                                                               - Viscerais
                                                             * Terminações nervosas:
                                                                                             -> Sensitivas
                                                                                             -> Motoras


Definições:

-Nervos: são cordões esbranquiçados, constituídos por feixes de fibras nervosas, envolvidas por tecido conjuntivo que une o SNC aos órgãos periféricos e viscerais.
- Sistema Nervoso Visceral: Regula a vida do tipo vegetativo, aquele relacionado com as vísceras. Regula minuto a minuto a homeostase. É composto por vias aferentes, vias de associação e vias eferentes. Sistema Nervoso Autossômico.
- Gânglios: São dilatações formadas por agrupamentos de neurônios, localizados fora do SNC.
- Terminação nervosa: Pontos de encontro entre nervos e órgãos periféricos, podendo ser sensitivo ou motor.
As terminações sensitivas (receptores sensoriais), serão sensíveis em um determinado tipo de estímulo.
- Canal vertebral: Também conhecido como Canal medular. Localizado na parte da diáfase dos ossos, onde se encontra a medula óssea. A medula espinal passa dentro das vértebras.
- Cerebelo: Localizado na porção posterior do cérebro, formando o teto do IV ventrículo. Tem a função de manutenção do equilíbrio  e da postura; controle de tônus musculares, controle dos movimentos voluntários.
O Nervo espinhal tem origem na medula espinal, sob forma de duas raízes (ventral e dorsal). Sua diferença em relação aos nervos cranianos é que quando os nervos partem do encéfalo, são chamados de cranianos e quando partem da medula espinal, são denominam-se raquidianos.
“Nervos raquidianos se ligam a células sensoriais e, também, a músculos do corpo. Esses possuem duas raízes, sendo a de região ventral constituída de fibras motoras, e a de região dorsal, de fibras sensoriais. Dessa forma, estes 31 pares são considerados nervos mistos. Lesões provocadas na raiz motora, por exemplo, podem fazer com que o indivíduo tenha paralisia sem, no entanto, perder a sensibilidade. Já no caso de lesões na raiz sensorial, pode haver perda de sensibilidade sem, no entanto, haver alterações no tônus muscular.

Nervos cranianos são ligados a órgãos do sentido e músculos, principalmente aos da cabeça. Alguns deles possuem dilatações resultantes de um acúmulo de neurônios: os gânglios nervosos.” (ARAGUAIA, Mariana) - http://www.brasilescola.com/biologia/nervos.htm




O SNC envolve o Encéfalo e a Medula espinal, que se loja no interior da coluna vertebral. O SNP é constituído pelos nervos e pelos gânglios nervosos.
O SNP age na conexão do SNC às demais partes do corpo, sendo dividido em SNP voluntário e involuntário.
O Sistema Nervoso Autônomo é dividido em simpático e parassimpático.

A medula espinal é revestida por 3 membros fibrosos, denominados meninges.
·         Dura-mater: - Mais externa e espessa
                    - Formada por abundantes fibras de colágeno.
                    - Envolve toda a medula, formando o saco dural.
·         Aracnóide: - Disposta entre a dura-mater e a pia-mater.
                  - Compreende um folheto justo posto à dura-mater e um emaranhado de trabéculas.
·         Pia-mater: - Meninges mais delicadas.
                 - Adere intimamente ao tecido nervoso, penetrando na fissura mediana.




Neurônios:

Os neurotransmissores são pequenas moléculas. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmissores. Podem ter efeitos diferentes dependendo do local de ativação.
“Todos os estímulos do nosso ambiente causam, nos seres humanos, sensações como dor e calor. Todos os sentimentos, pensamentos, programação de respostas emocionais e motoras, causas de distúrbios mentais, e qualquer outra ação ou sensação do ser humano, não podem ser entendidas sem o conhecimento do processo de comunicação entre os neurônios.”

Composto por:
Corpo Celular: região onde está o núcleo e a maioria das estruturas citoplasmáticas;
Dentritos: prolongamentos ramificados, responsáveis pelo recebimento dos sinais;
Axônio: possui ramificações na extremidade, responsável por conduzir os sinais;
Sinapses: são responsáveis por transmitir as informações de uma célula para outra célula.
Além destas estruturas os neurônios possuem outras, devido o seu nível de especialização. Dentre elas podemos citar a bainha de mielina.
Os neurotransmissores são pequenas moléculas. Diferentes tipos de células secretam diferentes neurotransmissores. Podem ter efeitos diferentes dependendo do local de ativação.




Pares cranianos:

I-           Nervo Oftálmico: Sensitivo, com função de olfação (bulbo olfatório).
II-    Nervo Óptico: Função de visão, sua origem se da na retina. 
III-   Nervo Oculomotor: Motricidade dos músculos ciliares.
IV-      Nervo Troclear: Motricidade dos músculos oblíquos, superior do bulbo ocular.
V-        Nervo Trigêmeo: Movimento da mastigação e percepção sensorial da face, seios da face e dentes.
VI-     Nervo Abducente: Motricidade do músculo reto lateral do bulbo do olho.
VII-   Nervo Facial: Uma raiz motora e outra gustativa. O nervo facial da inversão motora dos músculos cutâneos da cabeça e pescoço.
VIII- Nervo Vestibulococlear: Orienta a movimentação e a audição. É um nervo sensitivo. Provocam impulsos nervosos.
IX-      Nervo Glossofaríngeo: Percepção gustativa na região posterior da língua e sensoriais da faringe, laringe e palato.
X-        Nervo Vago: Percepção sensorial da orelha, faringe, laringe, tórax e vísceras. 
XI-     Nervo Acessório: Da controle motor à faringe, laringe, palato, músculos esternocleidomastoideo e trapézio. 
XII-  Nervo Hipoglosso: Motricidade sobre os músculos da língua, com exceção do músculo palato glosso.



Diferença entre Sistema Nervoso Simpático (SNS) e Sistema Nervoso Parassimpático (SNPS):

SNS: Possui neurônios pré-gangliares (localizado na coluna intermédia, lateral dos segmentos medulares, situados entre T1 e L2) e pós-gangliares.
SNPS: - Parte craniana: os corpos de neurônio localizam-se no tronco encefálico, organizado em núcleos. Nervos craniamos (III, VII, IX, X e XI).
           - Parte sacral: Nervos espinhais (S2 a S4).




"Tipos de Paralisia - quadriplegia (Tetraplegia) e paraplegia
- Lesão Medular Overview: Quando uma pessoa sofre uma lesão medular, as informações viajam ao longo dos nervos espinhais abaixo do nível da lesão será total ou parcialmente cortado do cérebro, resultando em quadriplegia (Tetraplegia) ou paraplegia.

O corpo ainda vai estar tentando enviar mensagens a partir abaixo do nível da lesão no cérebro conhecido como mensagens sensoriais, e o cérebro ainda vai estar tentando enviar mensagens para baixo, para os músculos do corpo, conhecido como mensagens motoras. Estas mensagens no entanto, será bloqueado pelos danos na medula espinal ao nível da lesão. Nervos que se juntam a medula espinhal acima do nível da lesão não será afetada e continuar a trabalhar normalmente.

- Tetraplegia / Tetraplegia : é quando uma pessoa tem uma lesão da medula espinhal acima da primeira vértebra torácica, paralisia geralmente afeta os nervos da coluna cervical, resultando em paralisia dos quatro membros. Além dos braços e pernas sendo paralisadas, os músculos abdominais e no peito também será afetada, resultando em respiração enfraquecida e a incapacidade de tossir de forma adequada e limpar o peito. Pessoas com esse tipo de paralisia são referidos como Quadriplegia ou tetraplégicos. O termo tetraplégico ou Quadriplegia também pode, por vezes, ser utilizado, principalmente no Reino Unido.

- Paraplegia : é quando o nível da lesão medular ocorre abaixo do primeiro nervo espinhal torácica. O grau em que a pessoa está paralisada pode variar de redução ao valor recuperável de movimento das pernas, para completar paralisia das pernas e abdômen até a linha de mamilo. Paraplégicos têm pleno uso de seus braços e mãos."