quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Consulta médica/Medical Consultation:

Hoje, com 4 meses e 5 dias (pós cirurgia),  fui à minha 3ª consulta (com meus pais). Onde tirei uma nova radiografia (em anexo) e mais fotos (ficaram com o médico)...

Respondendo aos meus leitores: Estou com apenas 10º (quando operei, tinha 42º).

  • O médico liberou dirigir (porem, com cuidado dobrado), mas restrita a pegar ônibus (conversei com ele sobre a impossibilidade de pegar ônibus) e ele me disse para não ter pressa.
  • Já posso fazer Hidroginástica e Natação (apenas)! Ainda restrita a fazer academia, Pilates e Fisioterapia. Me avisou que ficarei cansada durante a atividade, mas que será normal e para eu não me preocupar...
  • Estou liberada para trabalhar e sair mais vezes de casa (festas), mas devo ficar quieta, sem muito esforço físico.

Perguntei ao médico sobre estar dando para perceber meus pinos, quando inclino um pouco o tronco pra frente (são "visíveis") e quando passa a mão por cima deles. Segundo ele, isso ocorre devido ao atrofiamento dos músculos. É normal e esse atrofiamento é revertido com atividade física.

    • P.s.: Tentei tirar foto das radiografias, da melhor forma possível.  :-)

19-11-2014

19-11-2014

Logo após a cirurgia (mesmo dia)!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

4 meses/ 4 months!


Evolução e ocorrências entre a 11ª semana (2 meses e meio) e 17ª semana (hoje).

Geral:
* Não sinto tanta dor ao virar na cama como antigamente, mas ainda sinto um pouco de dificuldade.
* MUITA coceira por toda a região ao redor da cicatriz. 

05-10: Senti muita dor na região lombar ao levantar pela manhã (ocorre até o presente momento, mas com menos intensidade).
08-10: Dedo anelar e mindinho (da mão esquerda (na região digital)), ficou com uma textura aspera,  como se tivesse com uma cola (tipo “super bonder”). Permaneceu assim por duas semanas.
12-10: Dormência na mão e antebraço esquerdo durante a noite. Ocorreu algumas vezes, junto à dormência nos dedos.
25-10: Sensação de dormência nos dedos diminuiu bastante, mas ainda permanece.
03-11: Nó no músculo, entre a escapula e vértebras torácicas.
07-11: Dor na região entre a escapula e vértebras (em toda a extensão).
10-11: Senti muita dor ao virar na cama de madrugada.

14-11: 4 meses de cirurgia se completam!

4 MESES

sábado, 1 de novembro de 2014

ÚLCERA POR PRESSÃO (ESCARA)

Definição: 

As úlceras por pressão (também conhecidas como “escaras”), são lesões cutâneas que se produzem em consequência de uma falta de irrigação sanguínea, devido a uma pressão exercida entre o peso do corpo e uma superfície, promovendo a uma saliência óssea, nas zonas em que esta foi pressionado durante muito tempo (horas, dias...), como por exemplo, uma cama, uma cadeira de rodas, um molde, uma tala ou outro objeto rígido.



Causas:

A pele conta com uma rica irrigação sanguínea que leva o oxigênio a todas as suas camadas. Se essa irrigação for interrompida por mais de 2 ou 3 horas, a pele morre (começando pela epiderme (camada externa))! Uma causa frequente no interrompimento de irrigação na pele é a pressão. A camada de gordura do nosso corpo (principalmente sobre as saliências ósseas), atua como uma “almofada”, evitando assim, que os vasos sanguíneos se tapem.
As pessoas que não podem mexer-se  estão mais propensas a desenvolver úlceras por pressão. Estamos falando de pessoas muito debilitadas, paralisadas e/ou recluídas. Os indivíduos que não são capazes de sentir dor e/ou incomodo, também são susceptíveis à úlcera. A lesão de um nervo (causada por uma ferida, uma pancada, diabetes, entre outras.) reduz a capacidade de sentir dor. E esta capacidade de percepção, também pode ser reduzida pelo coma.
As pessoas desnutridas precisam da camada protetora de gordura. Por haver essa falta de “camada de gordura” e privada de nutrientes essenciais, o risco de desenvolverem úlceras por pressão é maior e havendo a úlcera, a ferida tem mais dificuldade na sua reconstituição durante o tratamento.
Outros tipos de danos à camada externa da pele podem também causar úlceras. Roupas inapropriadas, lençóis enrugados ou a fricção dos sapatos contra a pele podem contribuir para a lesionar. A exposição prolongada à umidade (muitas vezes por transpiração excessiva, urina e/ou fezes) podem danificar a superfície da pele, tornando muito provável a úlcera por pressão.




Sintomas:

Normalmente, as úlceras por pressão provocam uma certa dor e coceira excessiva. Nas pessoas com a sensibilidade afetada podem, até mesmo, desenvolver úlceras graves e profundas sem sentir a dor.

Sinais: (as úlceras por pressão é classificada por estágios.):


Estágio I: eritema não branqueável:

Pele intacta, com rubor não branqueável, numa área localizada, normalmente sobre uma proeminência óssea.
O estágio I pode ser difícil de identificar em indivíduos com tons de pele escuros, visto que nestes o branqueamento pode não ser visível, a sua cor, porém, pode ser diferente da pele ao redor. A área pode estar dolorida, endurecida, mole, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente. Este estágio pode ser indicativo de pessoas “em risco”.

Estágio II: perda parcial da espessura da pele:

Perda parcial da espessura da derme, que se apresenta como uma ferida superficial (rasa) com leito vermelho – rosa sem esfacelo. Pode também se apresentar como flictena fechada ou aberta, preenchida por líquido seroso ou sero-hemático.  Apresenta-se ainda, como uma úlcera brilhante ou seca, sem crosta ou equimose (um indicador de lesão profunda).
As características deste estágio não devem ser confundidas com fissuras de pele, queimaduras por abrasão, dermatite associada à incontinência, maceração ou escoriações.

Estágio III: Perda total da espessura da pele:

Perda total da espessura tecidual. Neste caso, o tecido adiposo subcutâneo pode ser visível, mas não estão expostos os ossos, tendões ou músculos. Pode estar presente algum tecido desvitalizado (fibrina úmida), mas este não oculta a profundidade da perda tecidual. Pode incluir lesão cavitária e encapsulamento.
A profundidade de uma úlcera de estágio III varia de acordo com a localização anatômica. A asa do nariz, orelhas, região occipital e maléolos não têm tecido subcutâneo (adiposo) e uma úlcera de estágio III pode ser superficial.
Em contrapartida, em zonas com tecido adiposo abundante podem desenvolver-se úlceras por pressão de estágio III extremamente profundas. O osso e o tendão não são visíveis ou diretamente palpáveis.

Estágio IV: Perda total da espessura dos tecidos:

Perda total da espessura dos tecidos com exposição dos ossos, tendões ou músculos. Neste caso, o tecido desvitalizado (fibrina úmida) e/ou tecido necrótico podem estar recentes.
A profundidade de uma úlcera por pressão de estágio IV varia com a localização anatômica. Frequentemente são cavitadas e fistulizadas. A asa do nariz, orelhas, região
occipital e maléolos não têm tecido subcutâneo (adiposo) e estas úlceras podem ser superficiais.
Uma úlcera de estágio IV pode atingir o músculo e/ou estruturas de suporte (i.e.fáscia, tendão ou cápsula articular), tornando a osteomielite e a osteíte prováveis de acontecer. Existe osso ou músculo visível ou diretamente palpável.

Outros estágios:

Inclassificáveis/Não graduáveis: Perda total da espessura da pele ou de tecidos - profundidade indeterminada.

Perda total da espessura dos tecidos, na qual a profundidade atual da úlcera está bloqueada pela presença de tecido necrótico (amarelo, acastanhado, cinzento, verde ou castanho) e/ou escara (tecido necrótico amarelo escuro, castanho ou preto) no leito da ferida.
Até que seja removido tecido necrótico suficiente para expor a base da ferida, a verdadeira profundidade não pode ser determinada; é no entanto uma úlcera de estágio III ou IV.
Obs. Uma escara estável (seca, aderente, intacta e sem eritema ou flutuação) nos calcâneos, serve como penso biológico natural e não deve ser removida.

Suspeita de lesão nos tecidos profundos:

Área vermelha escura ou púrpura localizada em pele intacta e descorada ou flictena preenchida com sangue, provocadas por danos no tecido mole subjacente pela pressão e/ou forças de torção. A área pode estar rodeada por tecido mais doloroso, firme, mole, úmido, quente ou frio comparativamente ao tecido adjacente.
A lesão dos tecidos profundos pode ser difícil de identificar em indivíduos com tons de pele escuros. A evolução pode incluir uma flictena de espessura fina sobre o leito de uma ferida escura.
A ferida pode evoluir adicionalmente ficando coberta por uma fina camada de tecido necrótico (escara). A sua evolução pode ser rápida expondo outras camadas de tecido dicionais mesmo com o tratamento adequado.”
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013)










Prevenção:

A prevenção é a prioridade máxima em relação às úlceras, incluindo a participação de familiares, assistentes e da equipe de enfermagem. A cautelosa inspeção diária da pele das pessoas acamadas, permite detectar a vermelhidão inicial. Qualquer sinal de vermelhidão indica a necessidade de uma ação imediata, para evitar que a pele se rompa.

As saliências ósseas podem ser protegidas com materiais moles, como o algodão ou a lã esponjosa. Pode-se colocar almofadas na cama, na cadeira e na cadeira de rodas (para reduzir a pressão). Para aquele que não pode mexer-se sozinho, deve-se mudar a posição com frequência; a recomendação habitual é fazê-la de 2 horas em 2 horas e manter a sua pele limpa e seca. Aqueles que ficam muito tempo acamado, pode usar o colchão caixa de ovo, pneumático (diminuir a pressão e proporcionar alívio), para os que têm muitas úlceras por pressão profundas, podem precisar de um colchão com suspensão de ar.
Hidratar a pele do corpo com creme hidratante pelo menos 1x/dia (de preferência hidratantes sem álcool, com menos cheiro e coloração possível).

Colchão Pneumático

Colchão Caixa de Ovo


NÃO FAZER: usar colchões, travesseiros ou almofadas COM botões ou furos.

Tratamento não cirurgico:

                Tratar uma úlcera por pressão é muito mais difícil do que evitá-la. Felizmente, nas suas primeiras etapas, as úlceras por decúbito costumam sarar por “conta própria”, logo que se elimine a pressão sobre a pele.
Cada úlcera deve ser tratada de acordo com seu estágio (análise das bordas, largura, profundidade, aspecto...)e necessidades do “momento”. Avaliação feita por um enfermeiro. Portanto, não colocarei especificações, pois a mesma deverá ser avaliada por um profissional.
Citarei apenas alguns dos materiais utilizados em úlceras: Hidrofimle (filme transparente); Hidrogel; Hidrocolóide; Alginato de Calcio; Hidrofibra; Espuma de Poliuretano, Gaze e Solução Fisiológica. Cada um tem um tamanho ou deve-se adequá-lo à necessidade da úlcera.

As úlceras por pressão são difíceis de tratar. Alguns casos requerem o transplante de pele sã para a zona danificada. Infelizmente, este tipo de cirurgia nem sempre é possível, especialmente nas pessoas de idade, frágeis, que apresentam desnutrição. Quando uma infecção se desenvolve no mais profundo de uma úlcera, antibióticos são administrados. Os ossos situados por baixo de uma úlcera podem infectar-se; esta infecção (osteomielite) é extremamente difícil de curar, pode passar para a corrente sanguínea e propagar-se a outros órgãos, tornando necessário o tratamento com um antibiótico durante muitas semanas.

NÃO FAZER: colocar a mão na ferida (principalmente sem luvas estéreis), lavar o local com qualquer outro produto que não seja a solução fisiológica, friccionar o local com qualquer material (até mesmo com a gaze), deixar o local exposto.
  

Nutrição:

A nutrição e hidratação adequadas promovem uma pele mais resistente e elástica e em melhores condições de manter-se íntegra. A dieta deve ser balanceada, ou seja, conter todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo (proteínas, vitaminas, carboidratos e sais minerais) e em quantidades adequadas para cada pessoa. A quantidade e qualidade dos líquidos ingeridos, também são fundamentais à prevenção ao bom funcionamento do organismo (proteínas, vitaminas, carboidratante e os refrigerantes e sucos artificiais devem ser evitados. Deve-se evitar a desnutrição e a obesidade.

Procedimentos cirúrgicos:

 Indicado para pacientes com úlceras de grau III/IV, que não respondem ao tratamento conservador optimizado, situação médica e nutricional estabilizada, programa de esvaziamento vesical e intestinal adequado, suspensão de hábitos tabágicos, e aceitação dos riscos e da necessidade de um programa de reabilitação pós cirúrgico prolongado para redução das recorrências.